Pesquisadores do MA desenvolvem blocos a partir de resíduos da madeira

De acordo com o estudo, o material tem o dobro de resistência dos blocos convencionais

O Núcleo de Tecnologia das Madeiras e Fibras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desenvolveu uma tecnologia para aproveitar os resíduos de madeira descartados por empresas de base florestal na produção de blocos na indústria da construção civil.

Os testes do novo material foram realizados em parceria com a Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Depois de várias verificações, os resultados apontam que o bloco à base de resíduos de madeira tem o dobro da resistência de um bloco tradicional de concreto e é 20% mais leve.

Primeiro os pesquisadores identificaram os resíduos de madeira coletados em indústrias no Maranhão (São Luís, Imperatriz e São Bento) e mapearam as principais espécies de madeira geradoras de resíduos sólidos. Depois produziram blocos por meio da mistura de um aglomerante hidráulico (cimento) e diferentes tipos de resíduos de madeira coletados. Nessa fase, testaram peso e grau de resistência mecânica dos blocos.

Além de reduzir impactos ambientais, a pesquisa também pretende desenvolver uma tecnologia para a construção de componentes para habitações. De acordo com o coordenador da pesquisa, o professor Dr. Sanatiel Pereira, os blocos produzidos à base de resíduos de madeira são uma alternativa mais econômica à indústria da construção civil, o que pode gerar um novo modelo de habitação de interesse social.

Com informações da Agência Assembleia do Maranhão.

Leia mais notícias sobre o setor em http://www.fiepr.org.br/boletins-setoriais/4/.

CMTU deve reduzir custos com recicláveis

Novo contrato com cooperativas prevê vigência estendida por três anos e aumento no número de domicílios

As sete cooperativas de coleta seletiva de Londrina trabalham, desde o último dia 5 de outubro, sob a regência de um novo contrato. Após negociações entre os trabalhadores do sistema e a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), o contrato trouxe algumas alterações sendo a vigência estendida por três anos a principal delas. Também houve o aumento do número de domicílios atendidos e do valor repassado por domicílio coletado, além de mudanças na forma de repasse do subsídio para o pagamento do aluguel dos barracões. Pelo novo modelo, a expectativa do município é que haja uma economia de pouco mais de R$ 1 milhão ao ano com o custeio do serviço de reciclagem.

Uma das principais reivindicações das cooperativas era poder trabalhar com prazos mais alargados, o que ficava impossível com a vigência de apenas um ano dos contratos anteriores. Segundo os recicladores, o período de 12 meses dificultava o planejamento a longo prazo em razão da insegurança a respeito da renovação do documento. “Foi uma grande vitória para nós, uma grande conquista. Sempre eram seis meses e mais aditivos, não tinha como planejar, como nos comprometermos. Agora vai melhorar”, disse o presidente da Cooper Região, Zaqueo Vieira.

O presidente da CMTU, Moacir Sgarioni, destacou como o item mais significativo a mudança no repasse dos valores dos alugueis dos barracões, que em 2016 custou R$ 1,326 milhão aos cofres públicos e havia ainda a questão da regularidade nos contratos de locação. Para reduzir despesas, o município decidiu incluir o valor dos alugueis no preço pago por domicílio coletado. Até setembro, as cooperativas recebiam R$ 1,39 por domicílio. A partir de agora, passam a receber R$ 1,86, sendo R$ 1,47 pela coleta do material e R$ 0,39 para arcar com os custos do aluguel.

Segundo Sgarioni, mesmo com a alta no valor do repasse e o aumento de 11 mil domicílios atendidos pelo sistema de coleta seletiva, que saltou para 230.095 imóveis, será possível uma redução no custeio do sistema, que deve baixar de R$ 7.119.100 pagos em 2016 para R$ 6.113.840 neste ano. “O contrato dos alugueis era o que mais nos incomodava aqui na CMTU. As negociações eram feitas diretamente pelas cooperativas e o compromisso da CMTU era repassar o dinheiro e tivemos até problemas documentais, que foram todos resolvidos. Com a mudança no modelo, as cooperativas terão liberdade para negociar os valores visando, obviamente, a redução dos custos tanto para a CMTU quanto para eles”, disse Sgarioni. O contrato também prevê o reajuste automático anual pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e manteve os R$ 143 de INSS por cooperado.

A Cooper Região, por exemplo, paga R$ 23 mil pelo aluguel de dois barracões e o presidente Zaqueo Vieira calcula que a mudança na forma de repasse desse valor pelo município irá aumentar a verba com locação do espaço. “Atendemos 84 mil domicílios. Se recebermos R$ 0,39 por domicílio, vamos acabar recebendo mais que os R$ 23 mil para o aluguel.” A cooperativa deverá receber R$ 32.760.

“Esse novo valor (R$ 1,86) não nos quebra, mas também não nos fortalece e a partir da negociação que tivemos com os três anos de contrato, estimulamos o reajuste automático. Com o tempo vamos executar o trabalho com excelência”, avaliou o presidente da Ecorecin, Francisco Caetano Bittencourt Gomes da Silva. A cooperativa tem 30 trabalhadores e é responsável pela coleta em 24.549 domicílios, a maioria na região central de Londrina.

CAMPANHAS

O prefeito Marcelo Belinati afirmou que com o aumento no número de domicílios atendidos, 100% dos imóveis passarão a contar em 2017 com a coleta seletiva. “Os que não são atendidos pelo sistema é porque são grandes geradores”, disse.

O presidente da CMTU defende, no entanto, a destinação de 1% do orçamento municipal em campanhas na mídia para estimular o engajamento da população em diversas causas, incluindo a coleta seletiva. “Hoje temos o problema dos catadores irregulares, que é uma tarefa dificílima para nós da CMTU fiscalizarmos porque aí entra a questão da Ação Social. Mas essa campanha deve ser feita porque precisamos combater a coleta irregular. Muitos catadores utilizam as áreas de fundo de vale e também tem a concorrência desleal. Teria que ser uma campanha junto com as outras secretarias.”

Foto: Anderson Coelho

Fonte: Folha de Londrina