Produção brasileira de aço bruto em dezembro sobe 19,2%, diz IABr

Vendas totais no mercado interno no mês passado subiram 13,4% na comparação anual, para 1,413 milhão de toneladas

SÃO PAULO – A produção brasileira de aço bruto em dezembro subiu 19,2 por cento sobre um ano antes, ficando dentro da média mensal registrada em 2017, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as siderúrgicas do país.

O setor produziu 2,822 milhões de toneladas de aço em dezembro, queda de cerca de 7 por cento ante novembro. No ano, a produção somou 34,365 milhões de toneladas, alta de 9,9 por cento sobre 2016 e acima dos 9,2 por cento previstos pelo IABr no final de novembro.

A produção de aço plano subiu 6,7 por cento em dezembro sobre um ano antes e a de longos cresceu 81,5 por cento. No ano, os produtos planos tiveram alta de 11,5 por cento na produção e os longos cresceram 1 por cento, refletindo a fraqueza vivida pelo setor de construção civil em boa parte de 2017.

As vendas totais no mercado interno em dezembro subiram 13,4 por cento na comparação anual, para 1,413 milhão de toneladas, fechando o ano com incremento de 2,3 por cento, a 16,902 milhões de toneladas.

O IABr estimava crescimento de 1,2 por cento nas vendas de 2017, para 16,7 milhões de toneladas, e para este ano a entidade prevê alta de 4,2 por cento.

Analistas do Itaú BBA consideraram o resultado como positivo, em especial para as produtoras de aços planos Usiminas e CSN, ressaltando que o crescimento de 22 por cento no volume de vendas internas de aços planos de dezembro (911 mil toneladas) foi o maior desde 2011.

“Os números do quarto trimestre estão apontando para aumentos de 8 e 9 por cento nas vendas domésticas de produtos planos e longos, respectivamente, números que são os níveis mais altos de qualquer trimestre deste o terceiro trimestre de 2013”, afirmou em nota a clientes Daniel Sasson, analista do Itaú BBA.

As vendas internas de aços longos, porém, caíram em dezembro 1,2 por cento na comparação com um ano antes, algo considerado por Sasson como negativo depois dos desempenhos fortes registrados em outubro e novembro.

A importação em dezembro caiu 27,4 por cento na comparação anual, para 146 mil toneladas. No ano, as compras de material importado subiram 24 por cento, para 2,329 milhões de toneladas.

(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Paula Arend Laier)

‘Temos que enfrentar e tirar proveito dos avanços’ diz Skaf na abertura do 1º Congresso Brasileiro da Indústria 4.0

Evento foi aberto na manhã de 05/12/2017, reunindo empresários e acadêmicos para debater as mudanças na manufatura mundo afora

Hora de encarar as mudanças e entender a velocidade dos processos. Um debate que ganhou força no 1º Congresso Brasileiro da Indústria 4.0, aberto na manhã desta terça-feira (05/12), no Teatro do Sesi-SP, na sede da Fiesp, em São Paulo. O evento segue até esta quarta-feira (06/12), com uma visita à Escola Senai Armando de Arruda Pereira, em São Caetano do Sul. A unidade é uma referência em pesquisa dos rumos da manufatura mundo afora. O congresso foi aberto pelo presidente da Fiesp e do Senai-SP, Paulo Skaf.

“Fiquei uma semana no Vale do Silício (EUA) recentemente. E fiquei impressionado com o que está acontecendo”, contou Skaf. “Vi a indústria brasileira tão longe do que está acontecendo no exterior, a transformação é grande, a exemplo de outras revoluções industriais”, disse. “A mudança assusta no primeiro momento, mas temos que enfrentar e tirar proveito dos avanços”.

Segundo Skaf, é agir ou “ficar para trás”. “As coisas estão acontecendo: ou nos preparamos para que as empresas se fortaleçam e o empreendedorismo cresça no Brasil ou ficaremos para trás”, afirmou.

Sobre ficar para trás, o presidente da Fiesp disse ter lido uma pesquisa a respeito do ritmo das mudanças no futuro que afirmava que, em breve, 100 anos vão valer por 20 mil anos de transformação no passado. “Os jovens que estão hoje na escola não imaginam as profissões que vão existir daqui a dez anos”, disse.

Para Skaf, acima de tudo é preciso ter coragem e visão do futuro. “Só assim vamos conseguir tirar as pedras do caminho”.

A quarta revolução industrial ou indústria 4.0 envolve o aumento da informatização na indústria de transformação, com máquinas e equipamentos totalmente integrados em redes de internet.  Como resultado, tudo pode ser gerenciado em tempo real, até mesmo a partir de locais diferentes.

Também presente na abertura do congresso, o vice-presidente e diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, destacou a importância de olhar para as mudanças. “As empresas que já estão se preparando, não recuem. Qualquer indústria pode se inserir nesse processo, entrar na era da indústria 4.0”, disse.

Outro convidado, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Luiz Augusto de Souza Ferreira explicou que “a indústria 4.0 traz uma completa transformação nas formas como entendemos os produtos, revê o conceito de competitividade”. E reforçou a importância do debate do tema na Fiesp. “Que possamos ter no evento um marco da revolução 4.0 no Brasil”, disse.

Também presente, Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES, destacou a necessidade de começar a agir. “O Brasil está atrasado, temos que reconhecer e  recuperar o que é preciso, acho que já estamos tentando chegar lá”, disse. “A indústria do futuro depende da indústria do presente”.

Para conferir a programação completa do congresso, é só clicar aqui.

Balança comercial paulista tem superávit de US$ 3,2 bi de janeiro a setembro

Levantamento da Fiesp mostra que de janeiro a setembro as exportações do Estado cresceram 11,1%, enquanto as importações avançaram 5,3%, em relação a igual período de 2016

A balança comercial paulista acumulou um superávit de US$ 3,2 bilhões nos primeiros nove meses de 2017. No período, as exportações do Estado avançaram 11,1%, para US$ 43,9 bilhões, enquanto as importações cresceram 5,3%, para US$ 40,7 bilhões, em comparação com os mesmos meses de 2016. Os dados são do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) e do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp sobre o desempenho das 39 diretorias regionais do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

A diretoria regional de São Paulo foi a principal exportadora do Estado, com destaque para a venda de açúcar e grãos. Os embarques totais desta regional somaram US$ 6,2 bilhões de janeiro a setembro, retração de 6,4% na comparação interanual. Do lado das importações, a pauta da regional de São Paulo foi encabeçada por combustíveis, máquinas e materiais elétricos, somando US$ 7,6 bilhões, número 8,9% maior que igual período de 2016.

Na segunda posição no ranking de principais exportadores do Estado, a diretoria regional de São José dos Campos se destacou pelo crescimento do volume no período analisado, um avanço de 31% contra 2016. Na contramão, as importações desta diretoria regional recuaram 42,1% na mesma base de comparação, o que resultou no maior saldo comercial dentre todas as regionais do Estado, US$ 4,3 bilhões, com crescimento de 191% sobre o saldo apurado em igual período do ano anterior.

Foram destaque também as diretorias regionais de São Bernardo do Campo, quarta maior exportadora do Estado, com crescimento expressivo tanto das exportações quanto das importações (25,8 e 23,3%, respectivamente) e o reflexo da retomada do setor automobilístico, e de Campinas, que apresentou a segundamaior corrente de comércio dentre as regiões analisadas pela Fiesp, sobretudo em virtude do aumento de 33,3% das importações de máquinas e aparelhos elétricos ante o ano passado.

Na opinião do diretor titular do Derex, Thomaz Zanotto, os resultados da balança comercial paulista nos primeiros nove meses do ano refletem o bom desempenho do setor exportador como um todo, tanto de produtos básicos como de manufaturados. O crescimento das importações, sobretudo de bens de capital e de insumos, também é um indicador positivo de retomada gradual da atividade econômica no Estado e no país.

De janeiro a setembro de 2017, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 53,3 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Trata-se de um saldo recorde, superior inclusive ao total registrado em 2016. Foram US$ 164,6 bilhões em exportações e US$ 111,3 bilhões em importações, aumentos de 18,1% e 7,9%, respectivamente, na comparação interanual.

Na Semana da Ciência e Tecnologia Campinas terá maratona de 30 horas de inovação

A 1ª edição do MegaHack vai reunir programadores inovadores, em Campinas, nos dia 21 e 22 de outubro, durante a Semana da Ciência e tecnologia. O evento, que conta com premiações em dinheiro, é uma maratona de desenvolvimento de software que tem como objetivo gerar inovação e vencer desafios de programação.

O MegaHack vai abordar quatro temas com múltiplas empresas é destinado para os solucionadores de problema, desenvolvedores, designers, empreendedores e outras pessoas que tenham familiaridade com o assunto.

A programação do evento será composta de quatro hackatons, que é como são conhecidas as maratonas de programação. Os temas serão propostos por cada uma das empresas participantes. A Superlógica, uma das empresas idealizadoras, promoverá um hackaton sobre Blockchain, uma das tecnologias de segurança que mais cresce a nível mundial. A premiação é de R$ 5.000,00 e três meses de coworking no Castelo Creative Space.

De acordo com o CEO da Superlógica, Carlos Cêra, o objetivo do MegaHack é unir e estimular o ambiente de inovação da cidade. “Campinas é o maior polo de tecnologia do País, mas ainda são tímidas as iniciativas locais que contribuam para gerar inovação. Com o MegaHack, queremos mobilizar empresas, instituições e programadores em dois dias de atividades, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento dos participantes e tornar o ecossistema de Campinas ainda mais forte”, afirma.

Outra empresa participante é o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), que promoverá o IoT Week, para desafiar os programadores a desenvolverem soluções com o uso de internet das coisas, a serem aplicadas dentro de um conceito de cidades inteligentes. A premiação também é de R$ 5.000,00 e três meses de coworking no Castelo Creative Space.

O Mega Hack, cuja inscrições são gratuitas, é um movimento sem liderança, mas foi idealizado pela empresa Superlógica, desenvolvedora de software e especialista em organização de hackathons, e pela Assertiva, que oferece bancos de dados de pessoas e empresas.

A maratona ainda tem apoio do CPqD, Bosch, Samsung, IMA, Founders Institute, Secretária Municipal de Desenvolvimento, Python Campinas, Mobile Campinas, .NET Campinas, DevOps Campinas, Campinas FrontEnd , Nodeschool Campinas, SouJava Campinas JUG, BUG Campinas e Embarcados.

 

Mais informações: www.megahack.com.br

Projetos bilionários em transmissão de energia no Brasil atraem indianos e chineses

Além da chinesa State Grid, Adani Transmission e a Power Grid, da Índia, já sinalizam intenções de investimento

Projetos bilionários em transmissão de energia no Brasil atraem indianos e chineses
Foto: Divulgação

SÃO PAULO – Investimentos bilionários previstos na expansão da rede brasileira de transmissão de eletricidade nos próximos anos têm atraído o interesse de um seleto grupo de grandes empresas da China e da Índia, que estão entre os maiores agentes globais do setor.

O apetite é explicado em parte por melhorias na remuneração e no desenho dos contratos oferecidos nos leilões promovidos pelo governo brasileiro para a concessão de novas linhas de transmissão, mas avanços tecnológicos também estão no radar dos estrangeiros, disseram especialistas à Reuters.

Em uma audiência pública sobre o próximo leilão de linhas de transmissão, que acontece em dezembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) listou a participação de duas transmissoras indianas ainda sem presença no país, a Adani Transmission e a Power Grid Corporation of India.

Atualmente, a chinesa State Grid constrói no Brasil dois enormes linhões de ultra-alta tensão em corrente contínua, em 800 kilovolts, para levar ao Sudeste a energia da hidrelétrica de Belo Monte, no Norte.

Linhões como esse utilizam tecnologias ainda não adotadas no país até o momento, mas com as quais chineses e indianos já possuem uma experiência acumulada que pode ser um diferencial na disputa pelos contratos para construir empreendimentos semelhantes no médio e longo prazo.

“Há um futuro importante para essas tecnologias no Brasil, e não há tantos mercados no mundo para grandes linhas em corrente contínua. São quatro ou cinco mercados –China, Índia, América do Norte, Brasil e a África, onde ainda não há desenvolvimento”, disse à Reuters o presidente da fornecedora suíça de equipamentos ABB, Rafael Paniagua.

Se concretizarem o interesse, a Adani e a Power Grid vão se somar a outra indiana, a Sterlite Power, que surpreendeu ao arrematar dois empreendimentos em um leilão de novas linhas em abril, e à chinesa State Grid, que chegou ao país em 2010.

Além dessas, a chinesa Shanghai Electric está em fase final de negociação para assumir as obras de linhas de transmissão da Eletrosul, subsidiária da Eletrobras.

“O setor elétrico indiano é muito maior que o brasileiro… o da China, então, nem se fala… se você olhar globalmente oportunidades de investimento em transmissão, não é um setor grande em outros lugares, mas aqui é e está em um momento de muitas oportunidades”, disse o pesquisador Roberto Brandão, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ).

Ele avalia que a participação das elétricas indianas na audiência pública da Aneel demonstra “no mínimo um interesse” no Brasil.

Tanto a Adani quanto a Power Grid operam linhas de corrente contínua em alta tensão na Índia, segundo informações do site das empresas, que não responderam a pedidos de comentário sobre o apetite por negócios no Brasil.

Outra indiana, a Sterlite Power, não opera linhões como esses em seu país, mas tem interesse em trabalhar com a tecnologia no Brasil.

“Nossos investimentos em linhas de transmissão de energia são na Índia e no Brasil… nós vamos analisar oportunidades em corrente contínua de alta tensão (HDVC) no Brasil quando elas surgirem”, disse a empresa em nota à Reuters.

LONGAS LINHAS

A tecnologia de corrente contínua em alta tensão é utilizada principalmente para transportar grandes quantidades de eletricidade por longas distâncias, o que faz muitos apostarem que mais linhas como essas serão necessárias no enorme sistema elétrico interligado do Brasil, um país de dimensões continentais.

Um estudo da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre a expansão da transmissão nos próximos anos lista dois sistemas de corrente contínua em alta tensão que poderiam ser implementados até 2021 –um no Pará e outro entre Maranhão e Goiás, com investimentos estimados em mais de 5,5 bilhões de reais.

Em um relatório no final de setembro, a corretora Brasil Plural disse que o país está em “um dos melhores momentos para o negócio de transmissão em muitos anos” e estimou que o segmento receberá 119 bilhões de reais em investimentos na próxima década.

Fonte: Reuters

Desemprego alto e inflação baixa exigem corte mais rápido da Selic

Queda da taxa básica de juros deveria ser mais incisiva, para acelerar o crescimento e a retomada do emprego

Agência Indusnet Fiesp

Mais uma vez o Banco Central cortou em apenas 1 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, que foi para 8,25%. Com previsão de inflação de 3,31% no fim deste ano, sem dúvida há espaço para cortes mais incisivos da Selic.

A retomada da economia começa a se desenhar, mas ainda de maneira muito lenta. O Brasil tem pressa; os 13 milhões de brasileiros desempregados não podem esperar mais. Está na queda mais rápida da Selic a chave para acelerar o crescimento e a retomada do emprego.

Paulo Skaf

Presidente da Fiesp e do Ciesp

Indústria paulista fecha 2,5 mil vagas de emprego em agosto, aponta Fiesp

No acumulado do ano, o saldo está positivo em 5,5 mil postos de trabalho

O emprego na indústria paulista apresentou em agosto mais um mês de estabilidade, ao apresentar pequena variação negativa de 0,11%, fechamento de 2,5 mil postos de trabalho, na série sem ajuste sazonal. Na análise com ajuste, a oscilação também ficou no campo estável, -0,01%. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, há leve queda de 3,27%. Contudo, no acumulado do ano, o saldo apurado segue positivo em 5,5 mil postos de trabalho (0,26%), melhor resultado para o período de janeiro a agosto desde 2013, quando foram contratados 40,5 mil trabalhadores (1,55%). Os dados são da pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo divulgados nesta segunda-feira (11/9) pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp.

“A produção industrial mostra recuperação, apesar de ainda não ser vigorosa é contínua, refletindo na manutenção dos postos de trabalho. A geração de novos empregos é a última variável a reagir. Ainda temos muita capacidade ociosa, o que deve levar as empresas a resistir a novas contratações por um tempo”, argumentou Paulo Francini, diretor titular do Depecon.

Setores e regiões

Entre os 22 setores acompanhados pela pesquisa para o mês de agosto, 4 ficaram positivos, 4 estáveis e 14 negativos. Entre os positivos, os destaques ficaram por conta da indústria de alimentos, com geração de 1.060 postos de trabalho, seguida de máquinas e equipamentos (947). No campo negativo ficaram, veículos automotores, reboque e carroceria (-1.171) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-708).

A pesquisa apura também a situação de emprego para as grandes regiões do Estado de São Paulo e em 36 Diretorias Regionais do Ciesp. Por grande região, a variação no mês ficou negativa, além do Estado de São Paulo (-0,11%), também no interior paulista (-0,07%) e na Grande São Paulo (-0,12%).

Entre as 36 diretorias regionais, houve variação nos resultados. Nas 14 que apontaram altas, destaque por conta de Santo André (1,38%), influenciada pelo setor de produtos alimentícios (11,40%) e produtos de borracha e plástico (0,94%); Marília (1,10%), por produtos alimentícios (1,48%), produtos de borracha e plástico (5,51%) e Jaú (0,97%), por artefato de couro e calçados (2,82%) e papel e celulose (7,32%).

Já dos 18 negativos, destaque para São Bernardo do Campo (-2,49%), por veículos automotores e autopeças (-2,61%) e produtos de metal (- 3,18%); Jacareí (-1,80), por outros equipamentos de transporte (- 20,84%) e bebidas (- 1,39%); Botucatu (-1,45%), influenciado por veículos automotores e autopeças (-6,11%), coque, petróleo e biocombustível (-5,79%).

Fiesp lança cartilha sobre a recuperação judicial de empresas

Fiesp apresenta em seminário propostas para aperfeiçoar a Lei 11.101/2005, sobre recuperação judicial

Agência Indusnet Fiesp

Como detectar situações de crise em uma empresa? A Lei de Recuperação pode ser melhorada? Quem pode pedir recuperação? Recuperação judicial é igual a concordata? E o parcelamento tributário, como fica?

Essas e outras perguntas foram respondidas na segunda-feira (4 de setembro), durante o seminário Questões atuais sobre a recuperação judicial de empresas e as propostas Fiesp para aperfeiçoamento da Lei 11.101/2005.

Com o objetivo de atualizar o empresariado industrial a respeito da lei de recuperação judicial e sua efetividade para a recuperação de negócios, foram esclarecidos pontos positivos e negativos em sua aplicação prática.

A recuperação judicial é uma ferramenta legal que possibilita a suspensão das ações contra o devedor, para que este possa apresentar um plano de reestruturação aos seus credores, de modo a evitar a falência.

Em diversos painéis foram debatidos aspectos que envolvem empresários rurais, credores extraconcursais, aval e garantias, venda de ativos e, ainda, sucessão, financiamento da empresa em recuperação, a importância das microempresas e falência transnacional. Em outro painel, tratamento tributário da empresa recuperanda e inclusão de parcelamento tributário especial na Lei 11.101/2005.

Foi distribuída para os presentes a cartilha “O que é recuperação judicial de empresas?”, que pode ser lida online ou copiada em formato pdf no site da Fiesp.

 

Seminário da Média Indústria debate modernização da gestão de pessoas

Especialistas mostram na Fiesp desafios e oportunidades trazidos pela nova legislação trabalhista

Graciliano Toni, Agência Indusnet Fiesp

Ao abrir nesta quarta-feira (20 de setembro) o painel Reforma Trabalhista: Modernizando a Gestão de Pessoas, no I Seminário da Média Indústria da Fiesp e do Ciesp, o moderador Carlos Bittencourt destacou a importância de discutir amplamente o tema. “Lei não cria empregos, mas uma legislação bem escrita, que dê principalmente segurança jurídica, elimina o medo e permite que se criem empregos”, disse Bittencourt, que é diretor do Departamento da Micro, Pequena e Média Empresa da Fiesp (Dempi).

O painel foi concebido para mostrar como as médias indústrias devem inovar na gestão trabalhista. Começou com a palestra A Atuação da Fiesp e a Conquista das Principais Mudanças na Legislação Trabalhista, feita por Luciana Freire, diretora executiva jurídica da Fiesp, que ao abrir sua exposição destacou que a legislação trabalhista é o tema do momento. “É a bola da vez, com uma mensagem positiva, de bastante otimismo para os empresários.”

Um ponto da modernização destacado por Luciana é o combate que ela faz ao ativismo judicial, graças às mudanças nos processos.

Antes da reforma, pesquisa do FMI mostra o Brasil em 125º lugar num ranking de liberdade do mercado de trabalho de 184 países. O efeito disso é a dificuldade de criação de empregos. Outra pesquisa usada pela Fiesp em sua defesa da modernização trabalhista é do Banco Mundial, sobre eficiência de mercado de trabalho, em que o país também aparece mal.

O cenário jurídico em relação ao trabalho é hoje conflituoso, explicou Luciana, com a legislação estimulando o conflito, com 11.000 novas ações trabalhistas por dia. Direito do trabalho é o assunto mais demandado no Judiciário. A insegurança jurídica é grande e limita as contratações de terceirizados e de trabalhadores temporários, por exemplo.

E a CLT não acomoda novas formas de trabalho, como a remota e a intermitente. A nova legislação atualiza a CLT, 70 anos defasada.

Em abril, a Fiesp fez pesquisa que mostra que era alto o grau de informação entre os industriais sobre a reforma. E 77% acreditavam que traria mais segurança jurídica. E com isso a maioria aumentaria seus quadros de pessoal, havendo a previsão de criação de 150 mil vagas em médio prazo.

Era muito tímida a reforma proposta pelo Governo, abrangendo cinco pontos apenas, mas o relator da reforma na Câmara, o deputado Rogério Marinho, incluiu mais de 100 alterações, explicou Luciana, frisando que houve ampla discussão ao longo da tramitação do texto no Congresso.

A Fiesp atuou ao longo da votação da reforma, lembrou, acompanhando as votações e sugerindo alterações, várias delas atendidas no Executivo e no Legislativo – caso do fim da contribuição sindical obrigatória.

Depois de aprovada a reforma, a Fiesp, acrescentou Luciana, trabalhou pela divulgação das mudanças, com a realização de diversos eventos.

Seu impacto mais relevante será a geração de empregos, destacou Luciana, citando pesquisas dos bancos Itaú, que estima criação de 1,5 milhão de empregos, e Santander (2,3 milhões).

Bittencourt ressaltou a importância de explicar aos trabalhadores o que mudou, para evitar desinformação. Recomendou imprimir e distribuir a cartilha sobre a modernização trabalhista criada pela Fiesp.

Painel ‘Reforma Trabalhista: Modernizando a Gestão de Pessoas’, do I Seminário da Média Indústria. Foto: Everton Amaro/Fiesp.

Negociações

A segunda palestra da tarde, com o título Valorização da Negociação Coletiva e da Atuação dos Sindicatos, ficou a cargo de Paulo Schoueri, diretor titular do Departamento Sindical da Fiesp (Desin). “Minha visão de empresário era de muito questionamento às negociações, com as empresas não se sentindo participantes e representadas nesse processo”, disse. “A modernização trabalhista é encarada como uma grande oportunidade para as negociações, propiciando ambiente favorável ao diálogo.”

Ter um ambiente de negócios tão desfavorável deve ter relação com a má colocação do Brasil no índice de desenvolvimento humano (IDH), disse. Engessar as empresas não gera desenvolvimento. O diretor do Desin destaca que gosta de lembrar que empresários e trabalhadores estão do mesmo lado.

O fim da contribuição sindical obrigatória representa modernidade, defendeu. As empresas se dispõem a continuar bancando os sindicatos, reconhecendo seu importante papel nas negociações.

A convenção coletiva e a negociação saem fortalecidas da reforma, mas, destaca Schoueri, aumenta a responsabilidade na discussão, pelo peso dado ao combinado sobre o legislado.

Em sua avaliação, as negociações serão difíceis este ano. Pela dificuldade em recuar depois que algo é dado, é preciso oferecer apenas o que é possível, disse. Usar os resultados como base é uma boa medida.

Vai depender dos empresários aproveitar a menor interferência nas negociações. “Acredito no sistema, acredito nos sindicatos, acredito na representação das empresas.”

Bittencourt defendeu que os empresários participem ativamente dos sindicatos, inclusive de suas decisões. Quando os sindicatos se sentirem mais fortalecidos mostrarão resultados melhores, disse.

Wagner Brunini, vice-presidente financeiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP) e diretor executivo da Brunini Consultoria, manifestou grande preocupação pelo grande número de mudanças simultâneas. “Minha percepção é que não estamos preparados”, afirmou em sua palestra, As Novas Políticas e Procedimentos Trabalhistas.

Daniele Azevedo de Souza, gerente do Departamento Sindical da Fiesp, fez a palestra Alterações no Contrato de Trabalho e nos procedimentos de Homologação. Recomendou refletir profundamente. “Talvez seja o momento de uma reengenharia dos processos” em relação à gestão de pessoas, disse. Pode haver um ganho de competitividade aplicando a legislação.

Ressaltou mudanças na jornada de trabalho, como por exemplo não considerar mais como tempo à disposição o período em que o empregado permanece na empresa para exercer atividades particulares.

E ficam bem delimitados outros pontos, como intervalo para almoço. A legislação revogou o artigo que tratava da homologação da rescisão de contratos de trabalho, frisou Daniele.