As vantagens do piso de mármore e de granito

O enorme número de itens de acabamento que uma construção possui, junto com a minimização dos custos do projeto em geral, costumam levar arquitetos e engenheiros a escolher pisos de material popular para cortar gastos.
Porém, dependendo do ambiente que se está revestindo com o material, do uso que se fará deste ambiente, ou mesmo do efeito estético que se deseja criar, estes pisos podem se tornar uma opção desvantajosa tanto por aspectos econômicos quanto estéticos e de manutenção.

Existem duas opções de material que possuem custo maior, porém oferecem grandes vantagens no longo prazo: o granito e o mármore. Neste artigo, analisaremos as vantagens do uso de cada um.

Desvantagens dos pisos de material popular

Os tipos de pisos mais usados por quem está fazendo o acabamento de uma construção são os cerâmicos e o porcelanato. Tal escolha costuma ser feita pelo baixo preço destes materiais. Contudo, tal escolha pode ser desvantajosa no longo prazo, devido aos problemas encontrados listados abaixo:

  • Baixa resistência a impactos e a riscos;
  • Susceptibilidade a manchas;
  • Perda de brilho com o tempo.

Estes problemas podem levar a uma necessidade de troca mais freqüente do material, além de prejudicar o efeito estético do acabamento no período entre-trocas.

Existem duas opções de piso que se oferecem como alternativas na busca de uma maior resistência do material ou de durabilidade do seu brilho/beleza.

Quando se deseja fazer o acabamento de um ambiente externo, ou de um ambiente bastante susceptível a impactos, abrasão e outros danos físicos, a escolha de um piso de granito pode trazer um custo-benefício maior ao longo do tempo.

Já para ambientes internos, cujo objetivo arquitetônico é trazer um ar de grande elegância e requinte, a opção do mármore é uma forte candidata, pois emula o efeito de obras de arte clássicas que também foram feitas com o material.

A seguir, abordaremos as duas opções em maiores detalhes.

Pisos em GRANITO

granito é uma rocha constituída de feldspato, quartzo e mica. Como um material de desenho refinado, mas também muito duro, ele costuma ser usado de maneira bastante versátil tanto em ambientes internos quanto externos. Sua estrutura o torna resistente a diversos tipos de dano, conforme detalhado abaixo:

  • Menor absorção de água;
  • Resistência a desgaste abrasivo;
  • Proteção natural a ataques químicos.
  • Uma das grandes vantagens do granito é sua capacidade de ser polido várias vezes em caso de mancha ou risco, o que prolonga sua vida útil e permite uma solução de baixo-custo para a renovação do material, sem a necessidade de trocar todo o piso.

Além disso, o material é de fácil limpeza. Sabão neutro e pano úmido podem ser usados no dia a dia sem risco de manchar o material.

O granito é considerado um produto nobre para decoração de interiores e exteriores. É portanto recomendado a qualquer empreendimento que deseja um material resistente que não tenha um custo elevado demais e ainda assim seja apreciado como piso nobre.

Pisos em MÁRMORE

mármore é uma rocha ornamental constituída de calcita, um dos constituintes do calcário. Historicamente, foi usado em muitas esculturas e construções clássicas, como por exemplo os famosos Mármores de Elgin.

Ambientes de acabamento de mármore transmitem um ar de limpeza, devido à sua cor clara, e de extrema elegância.

Considerado um material “frio”, é rotineiramente usado em locais de clima tropical, onde o contato da pele com a superfície do piso ajuda a diminuir a sensação de calor.

Em comparação com o granito, porém, o mármore possui um custo relativamente maior. A esta desvantagem soma-se sua menor resistência a diversos fatores que danificam seu acabamento.

Por ser um material mais mole e menos resistente que o granito, o mármore pode ser riscado facilmente. Sua resistência ao desgaste, abrasão e ataques químicos por soluções ácidas também acaba sendo menor. Por esta razão, não costuma ser usado em ambientes de muito trânsito ou de muito impacto no solo.

O mármore é um material poroso, e por isso a sua absorção de água é maior do que o granito ou outros materiais, tornando-o mais suscetível a manchas e ao escurecimento. Por esta causa, seu uso não é recomendado em locais freqüentemente expostos à água, como pisos de cozinhas ou banheiros. Ambientes externos também não são recomendados, devido à ação corrosiva da chuva.

Um uso alternativo do mármore costuma ser feito no revestimento de paredes, pois seu peso é menor que o do granito. Este fato, junto com todas as comparações feitas anteriormente, não inviabilizam o uso do mármore como piso. Contudo, pedem que a escolha do mármore seja mais criteriosa devido a todas as razões listadas.

Neste artigo avaliamos as vantagens do uso de granito e de mármore como alternativas aos pisos de materiais mais populares, tendo em vista o aumento do custo-benefício de seu investimento em acabamento, o aumento da beleza do acabamento e de sua durabilidade. Para mais informações sobre as formas, cores e outras opções de pisos de granito ou de mármore, consulte um de nossos especialistas!

Fonte: Granramos

Bioarquitetura: a sustentabilidade na construção civil

Os impactos ambientais causados por grandes empreendimentos têm trazido inúmeras consequências para a sociedade e para o meio ambiente. Aglomerados de edifícios, degradação da vegetação local, poluição dos rios que cortam as cidades entre outros são problemas existentes nos centros urbanos. Isso demonstra o quanto a necessidade do homem não está de acordo com a do meio ambiente. É claro que não há como construir sem causar danos ambientais, mas há formas de executar projetos de maneira menos danosa ou sustentável. É o que mostrou o arquiteto e sócio do escritório de arquitetura Baixo Impacto e da empresa Adoberia, Márcio Holanda, em uma palestra nesta terça-feira, 20, na Universidade de Fortaleza (Unifor).

O cearense explicou aos futuros arquitetos a lógica da bioarquitetura, tendência mundial. Segundo ele, a proposta é relacionar as construções com os ciclos ambientais. E isso é possível? Márcio mostrou que sim. Na palestra, apresentou empreendimentos em que utilizou materiais sustentáveis, como o tijolo de terra crua (Adobe), e técnicas antigas de construção que trouxeram ótimos resultados. São prédios institucionais, casas de alto padrão, casas populares em que dispõem do mesmo conforto de construções com materiais tradicionais.

”A proposta é mesclar a autoconstrução e as construções tecnológicas. Qualquer padrão é possível com a bioarquitetura”, disse na palestra. E seus projetos são provas disso. Márcio demonstrou casas luxuosas encomendadas por seus clientes em Florianópolis, onde reside, e casas populares, construídas na ilha de São Tomé, na África. Apesar do estilo diferenciado, as duas possuem algo em comum: o adobe. O nome não é muito conhecido, mas trata-se de um tijolo de terra crua moldado em fôrmas de madeiras. A extração desse material é simples já que está disponível na superfície terrestre.

Os benefícios do adobe são diversos. O material regula a temperatura interior, absorve poluentes, é de baixo custo e a sua preparação e transporte consomem cerca de 3% da energia necessária para produzir e construir com o concreto armado ou tijolo cozido. Além disso, também há medidas simples como a implantação de jardins nos telhados de casas, que otimizam a temperatura do local. Márcio explicou ainda que a bioarquitetura se adequa à necessidade e as condições do empreendimento, o que requer um novo olhar para cada projeto. ”A solução deve estar compatível com o problema. Vai de acordo com a necessidade. Saber onde ”aplicar” a técnica e como aplicá-la”, comentou.

Novas tecnologias

O desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis, como o adobe, vai depender muito das primeiras experiências dos profissionais inseridos nessa tendência. É preciso criar técnicas e tecnologias confiáveis que proporcionem conforto similar aos das tradicionais. Até o momento, são poucos exemplos de edificações de grande porte que vem adotando essa tecnologia, mas para Márcio é só uma questão de tempo.

”As ações têm que ser crescentes. No nosso caso, a gente direcionou para um mercado mais horizontal, residencial e institucional. A gente começou com pequenas ações porque tem que ganhar o público. A própria sociedade deve tecer essa demanda, pois não existe um produto sem a demanda”, disse Márcio ao O POVO Online. Além disso, ele comentou que a postura da sociedade vai exigir o surgimento de novas tecnologias ou empreendimentos de baixo impacto.

Durante a entrevista ao O POVO Online, exemplificou pequenas ações e tecnologias acessíveis que podem tornar um empreendimento sustentável e que atendem um dos três critérios da bioarquitetura: conforto e energia, saneamento e paisagismo e materiais saudáveis. ”Um dos tripés da bioarquitetura, o saneamento e paisagismo, é um dos mais simples que a gente pode fazer. Nesse aspecto, o saneamento trata-se de soluções individualizadas. Tratar o próprio esgoto de forma biológica e reutilizá-lo nos jardins do próprio edifício, por exemplo. Isso é plenamente viável e já tem tecnologia disponível”, ressaltou.

Custo x Benefício

A questão dos custos com a adoção de técnicas sustentáveis partem de uma lógica de benefícios a médio e a longo prazo. Além disso, variam de empreendimento para empreendimento e as funcionalidades que exercem. ”Existem elementos que vão aumentar ou diminuir os custos e que possuem valores similares. Então, não dá para dizer que a construção ecológica é mais barata ou mais cara, pois existem custos de implementação e custos de manutenção daquela obra. Então, se você gasta menos com a implementação e gasta muito mais com a manutenção, o que é mais econômico?”, questionou.

O cearense também frisou da importância de mudar a ideia de custos quando se trata de bioarquitetura. Segundo ele, a nova técnica trabalha com a sustentabilidade, o que exige outra linha de pensamento. ”Nada que é sustentável é rápido demais. A própria natureza mostra isso. Uma semente para virar uma árvore, que é um processo sustentável, tem um prazo para acontecer. Não é do dia para o outro que vamos ter uma árvore. Então, se a gente pensa em construção sustentável temos que mudar um pouco a mentalidade sobre custos”, ressaltou.

Universidade

Márcio Holanda, representante da empresa Adoberia e do escritório de arquitetura Baixo Impacto, foi convidado pelos cursos de arquitetura da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade de Fortaleza (Unifor) para mostrar a ideia da bioarquitetura e como aplicá-la na construção civil. A primeira palestra ocorreu nesta terça-feira, 20, no auditório A3 na Unifor nos turnos Manhã e Tarde. Na noite desta quarta-feira, 21, o arquiteto se apresenta no auditório do curso de Arquitetura e Urbanismo UFC às 18h.

Na palestra, o cearense apresentou os desafios que serão enfrentados pelos estudantes no futuro. Atender a demanda social e conciliá-la com as do meio ambiente vai exigir dos profissionais novas formas de construir e projetar. Para a estudante do 4º semestre de arquitetura e urbanismo da Unifor, Letícia Ibiapina, ter o contato com essas experiências contribuem para o desenvolvimento de novas técnicas na academia já que a bioarquitetura é um nova tendência.

”O homem destrói tanto a natureza em tantos aspectos e a construção participa desse processo. Então, a bioarquitetura é uma forma de integrar a construção não a destruição, mas a própria natureza. Isso é muito importante para melhorar a qualidade de vida e a manutenção dos ciclos do meio ambiente”, disse ao O POVO Online.

Entretanto, ela enxerga que a sustentabilidade ainda tem que enfrentar a lógica atual do mercado da construção civil. ”Como acadêmica, eu acho que a grande maioria dos escritórios de arquitetura visa ganhar o máximo possível e não se interessam pelo sustentável. Mas acredito que a tendência é que a sustentabilidade seja cada vez mais implementada”, concluiu.

 

Fonte: Obra 24 Horas, original O Povo.